... Escondia-se atrás da fumaça de seu cigarro e, cada vez mais, aspirava profundamente perdida em seus pensamentos distantes que nunca pude entender !
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Ficava ali ao seu lado observando silenciosamente, apesar de inconformado com aquela rotineira fuga para esse mundo desconhecido e sinistro... ela, às vezes, desviava o olhar, para o nada, com um tímido sorriso e soluço... enquanto a fumaça tomando formas diversas vagarosamente desprendendo-se no ar "aromatizando" todo o ambiente.
O que haveria em seus pensamentos que, mesmo consciente do caminho obscuro, trilhava confiante (?) à procura do... não sei dizer "do quê" mas, certamente, à procura de algo que parecia tão necessário, desejado, de tal forma que nada ao seu redor fazia qualquer outra importância ?
- Você gostaria tomar um lanche ?
- Não ! Não estou com fome ! Talvez um café !
- Um café ? Mas você já tomou tantos café e não se alimentou direito ainda...
- Não tenho fome. Se quiser fazer um café...
Mais uma vez, mesmo contrariado e preocupado, fui fazer um café. Pensei, talvez, adicionar um pouco de creme ou mesmo de leite...
- Você quer que eu ponha um pouquinho de leite ou, talvez, um pouquinho de essência daquela que costumávamos tomar ?
- Não ! Puro mesmo,... só café puro !
- Mas,... você não comeu nada ainda... e muito café não faz muito bem,... você vai acabar tendo uma gastrite... Que tal um lanchinho ?
- Não insista ! Não quero comer ! Se quiser me dar um café, que seja ! Não force porque não quero comer !
Assim era todo dia, ... através daquela fumaça deveriam ir descortinando coisas que nunca soube imaginar mas que sómente ela com o olhar fixamente hipnotizado desvendava com manifestações alternadas de sorrisos amarrados, olhos marejados, e silenciosamente murmúrios... "ai, meu Deus !".
O quê fazer ?
- Posso lhe servir um doce ?
- Não ! Não estou com fome...
- Gostaria de um suco...?
- ........
Apenas a fumaça de seu cigarro lhe trazia encantos, sei lá quais, e a vida lá fora ia caminhando, como todos os dias...
Um dia, queira Deus e seja como fôr, tudo isso vai acabar e quem sabe se descortine uma nova alegria de viver bem longe das estranhas imagens da fumaça !
O que haveria em seus pensamentos que, mesmo consciente do caminho obscuro, trilhava confiante (?) à procura do... não sei dizer "do quê" mas, certamente, à procura de algo que parecia tão necessário, desejado, de tal forma que nada ao seu redor fazia qualquer outra importância ?
- Você gostaria tomar um lanche ?
- Não ! Não estou com fome ! Talvez um café !
- Um café ? Mas você já tomou tantos café e não se alimentou direito ainda...
- Não tenho fome. Se quiser fazer um café...
Mais uma vez, mesmo contrariado e preocupado, fui fazer um café. Pensei, talvez, adicionar um pouco de creme ou mesmo de leite...
- Você quer que eu ponha um pouquinho de leite ou, talvez, um pouquinho de essência daquela que costumávamos tomar ?
- Não ! Puro mesmo,... só café puro !
- Mas,... você não comeu nada ainda... e muito café não faz muito bem,... você vai acabar tendo uma gastrite... Que tal um lanchinho ?
- Não insista ! Não quero comer ! Se quiser me dar um café, que seja ! Não force porque não quero comer !
Assim era todo dia, ... através daquela fumaça deveriam ir descortinando coisas que nunca soube imaginar mas que sómente ela com o olhar fixamente hipnotizado desvendava com manifestações alternadas de sorrisos amarrados, olhos marejados, e silenciosamente murmúrios... "ai, meu Deus !".
O quê fazer ?
- Posso lhe servir um doce ?
- Não ! Não estou com fome...
- Gostaria de um suco...?
- ........
Apenas a fumaça de seu cigarro lhe trazia encantos, sei lá quais, e a vida lá fora ia caminhando, como todos os dias...
Um dia, queira Deus e seja como fôr, tudo isso vai acabar e quem sabe se descortine uma nova alegria de viver bem longe das estranhas imagens da fumaça !
The rose acacia - Alexandre Desplat
- o -
Raul Neves Abreu
12 / 09 / 2012