A temperatura em Procida estava bem agradável, aproximando o fim da tarde.
Aquela paisagem maravilhosa, no Golfo de Nápoles, Itália, faz o coração de qualquer vivente compassar acelerado diante de tantos encantos naturais, histórias, lendas e costumes!
De longe, em pequenas embarcações de pescadores avistam-se casas coloridas, simples e belas.
E vão acenando para os barcos os familiares que esperam aqueles que logo cedo se lançaram ao mar, como rotineiramente, em busca da farta quantidade e variedade de peixes e frutos do mar, que são o sustento da mesa de cada dia, assim como a sua fonte de renda.
É lindo ficar ali assistindo a esse espetáculo, com o mar em águas mansas levando sonhos e esperanças e trazendo fantasias (a nossa imaginação encantada) que acabam nos envolvendo em pensamentos ainda mais distantes!
O Outono é uma Estação de transição que ameniza o calor intenso e,parece, traz alguma coisa ”no ar” que não sabemos bem definir, pois, transforma os sentimentos mais exacerbados e emotivos.
Uma casinha rosada abriga um pequeno bar que serve de local onde os moradores e turistas tomam algumas refeições e um bom vinho. Não se pode deixar de experimentar as especiarias do mar, os queijos de cabras, o vinho .... E uma musica típica cantada, ao fundo, com acompanhamento de um acordeón e um violão.
Naquele momento, fim de tarde, parece que o mundo pára pra ouvir e reverenciar aquele espetáculo.
Naquele bar, houvera um dia a filmagem do premiado O CARTEIRO E O POETA... cujos personagens parecem ali eternamente presentes.
Saí pensativo, após degustar aquelas delicias, em direção à encosta, num lugar mais afastado e resolvi subir a colina, por uma trilha de chão batido que levava ao topo do monte.
O Sol estava ali adiante, como que cansado de mais um dia, contemplando a mesma paisagem que eu não consegui desviar os olhos.
Balancei a cabeça, querendo acordar... Mas um sonho tão gostoso não se pode acordar!
Começou a ventar suavemente... Senti um calafrio!
O vento que vinha do mar, sussurrava bem baixinho e eu queria dar “asas à imaginação” e fitei, como que hipnotizado, um ponto distante no mar... que se levantava e vinha caminhando ao meu encontro!
Sorri um sorriso tão gostoso, que pareceu um bálsamo celestial e imaginei-me indo em direção àquela figura, uma linda e meiga mulher dançando feliz de braços abertos e vindo ao meu encontro!
A brisa em meu rosto parecia um beijo delicioso de amor, daqueles que só o coração apaixonado é capaz de sentir e, em meus braços, aquela mulher angelical, com um lindo sorriso... dizendo-me,...
- “hoje eu queria receber dúzias de flores, palavras de carinho, o seu amor... e ser eternamente feliz em seus braços!”.
Não pude conter uma lágrima, que vou dizer que foi apenas o suor, tamanha a emoção eu senti ao, imaginariamente, abraçar e beijar com muita doçura...
O céu num instante ficou lilás e meu coração como um tambor de contentamento!
Vou jogar no mar o meu pedido, em uma simples Carta, para que esse sonho nunca se desfaça, mas que traga de verdade a mocinha que fez o céu lilás e, nos nossos abraços, carinhos e amor, sintamos sempre o prazer de nos encontrarmos e sermos felizes !
- o -
Raul de Abreu
21/112/2009
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