segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O CARTEIRO E O POETA



A temperatura em Procida estava bem agradável, aproximando o fim da tarde.

Aquela paisagem maravilhosa, no Golfo de Nápoles, Itália, faz o coração de qualquer vivente compassar acelerado diante de tantos encantos naturais, histórias, lendas e costumes!
De longe, em pequenas embarcações de pescadores avistam-se casas coloridas, simples e belas.

E vão acenando para os barcos os familiares que esperam aqueles que logo cedo se lançaram ao mar, como rotineiramente, em busca da farta quantidade e variedade de peixes e frutos do mar, que são o sustento da mesa de cada dia, assim como a sua fonte de renda.

É lindo ficar ali assistindo a esse espetáculo, com o mar em águas mansas levando sonhos e esperanças e trazendo fantasias (a nossa imaginação encantada) que acabam nos envolvendo em pensamentos ainda mais distantes!

O Outono é uma Estação de transição que ameniza o calor intenso e,parece, traz alguma coisa ”no ar” que não sabemos bem definir, pois, transforma os sentimentos mais exacerbados e emotivos.

Uma casinha rosada abriga um pequeno bar que serve de local onde os moradores e turistas tomam algumas refeições e um bom vinho. Não se pode deixar de experimentar as especiarias do mar, os queijos de cabras, o vinho .... E uma musica típica cantada, ao fundo, com acompanhamento de um acordeón e um violão.

Naquele momento, fim de tarde, parece que o mundo pára pra ouvir e reverenciar aquele espetáculo.

Naquele bar, houvera um dia a filmagem do premiado O CARTEIRO E O POETA... cujos personagens parecem ali eternamente presentes.

Saí pensativo, após degustar aquelas delicias, em direção à encosta, num lugar mais afastado e resolvi subir a colina, por uma trilha de chão batido que levava ao topo do monte.

O Sol estava ali adiante, como que cansado de mais um dia, contemplando a mesma paisagem que eu não consegui desviar os olhos.

Balancei a cabeça, querendo acordar... Mas um sonho tão gostoso não se pode acordar!

Começou a ventar suavemente... Senti um calafrio!

O vento que vinha do mar, sussurrava bem baixinho e eu queria dar “asas à imaginação” e fitei, como que hipnotizado, um ponto distante no mar... que se levantava e vinha caminhando ao meu encontro!

Sorri um sorriso tão gostoso, que pareceu um bálsamo celestial e imaginei-me indo em direção àquela figura, uma linda e meiga mulher dançando feliz de braços abertos e vindo ao meu encontro!

A brisa em meu rosto parecia um beijo delicioso de amor, daqueles que só o coração apaixonado é capaz de sentir e, em meus braços, aquela mulher angelical, com um lindo sorriso... dizendo-me,...

- “hoje eu queria receber dúzias de flores, palavras de carinho, o seu amor... e ser eternamente feliz em seus braços!”.

Não pude conter uma lágrima, que vou dizer que foi apenas o suor, tamanha a emoção eu senti ao, imaginariamente, abraçar e beijar com muita doçura...

O céu num instante ficou lilás e meu coração como um tambor de contentamento!

Vou jogar no mar o meu pedido, em uma simples Carta, para que esse sonho nunca se desfaça, mas que traga de verdade a mocinha que fez o céu lilás e, nos nossos abraços, carinhos e amor, sintamos sempre o prazer de nos encontrarmos e sermos felizes !

-    o    -

Raul de Abreu
21/112/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário